Certamente já ouvimos falar inúmeras vezes que a inovação é hoje condição de sobrevivência para todas as empresas e somente por meio da mudança de mentalidade, ajustes dos processos produtivos à nova realidade e quebra de paradigmas, será possível assegurar perenidade e sustentabilidade dos negócios.
As transformações que vivenciamos hoje afetam diretamente a forma como organizamos nossas vidas e determinam um novo momento para as empresas e suas formas de se relacionar com o mercado, bem como determinam importantes mudanças em seus processos produtivos e construtivos.
Vivenciamos a era da velocidade, onde o diferencial competitivo está ligado ao domínio de fatores chave de sucesso, como a tecnologia, a flexibilidade, integração e inovação constantes; o protagonismo do capital humano, associado às novas tecnologias aplicadas, estabelecem novos padrões de excelência de produtos e serviços e, nesse sentido, o grande desafio do setor da Construção Civil é a elevação de seus processos construtivos ao patamar de indústria, ou seja, o refino de todos os processos construtivos ao patamar de processos indústrias.
Os índices de competitividade e produtividade do setor deverão seguir os padrões de setores mais avançados da indústria, exigindo de toda cadeia produtiva alinhamento e adequação às novas demandas. A inovação na Construção Civil deve abarcar desde a utilização de novas tecnologias sofisticadas na engenharia, até simples reorganizações em canteiros de obras. A inovação tecnológica estará presente em toda cadeia de valor, permitindo às empresas ampliarem seus faturamentos através da otimização e automação de seus processos de produção, reduzindo custos e abrindo acesso a novos mercados.
Quando pensamos em inovação e processos construtivos, devemos entendê-los a partir de seus aspectos e impactos, sendo possível classificá-los como radicais ou incrementais. Os radicais presumem uma mudança radical em toda a forma de produção e consumo de determinados serviços ou produtos, ao passo que os incrementais conferem melhorias sistemáticas aos processos como um todo.
Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as inovações na Construção Civil se distinguem em quatro grupos:
- Inovações que melhoram o comportamento em uso da edificação para o usuário pela ótica de requisitos de desempenho (térmico, estrutural, impacto ambiental etc.);
- Inovações que afetam o processo produtivo. Decorrem de materiais, componentes ou subsistemas construtivos que revolucionam ou produzem mudanças incrementais no processo de produção;
- Inovações que impactam os processos internos das empresas ligados não só ao produto, mas aos processos administrativos. Em geral, essas inovações provém da implantação de softwares e de novos arranjos de trabalho com fornecedores;
- Inovações que afetam a promoção do produto e sua colocação no mercado. São as inovações de marketing.
No setor de commodities, a inovação agrega valor aos produtos, diferenciando a empresa no ambiente competitivo, reduzindo riscos e conferindo mais segurança aos trabalhadores através da capacitação tecnológica e da automação de processos fabris.
O uso de novas tecnologias, da inteligência artificial, das construções modulares, de softwares e modelagem 3D, por exemplo, criam uma nova realidade de tempo, sustentabilidade e execução de obras, criam novos conceitos construtivos que racionalizam o uso de alguns materiais e abrem novas possibilidades de uso de outros; o compartilhamento de informações e a gestão de projetos em nuvem agilizam rotinas e asseguram precisão de projetos.
Essa é uma realidade irrevogável e nos adequarmos rapidamente a ela será a única forma viável de mantermos nossos negócios viáveis perenes e sustentáveis.