Formalizamos nossa participação no Circular Economy 100 Brasil (CE100 Brasil), iniciativa baseada no programa CE100, da Fundação Ellen MacArthur, sediada na Inglaterra.
O CE100 Brasil reúne empresas, governos e academia, e visa acelerar a transição para a economia circular no país. A adesão foi anunciada por meio de reuniões e visitas na ArcelorMittal Brasil com a presença de Luísa Santiago, líder do programa no Brasil.
“Por ser um material permanente, versátil e infinitamente reciclável, o aço se encaixa perfeitamente nesse contexto. A parceria com a Fundação Ellen MacArthur irá auxiliar a ArcelorMittal no desenvolvimento de projetos de economia circular”, destaca Guilherme Abreu, Gerente Geral de Meio Ambiente da ArcelorMittal Brasil.
O que é economia circular
A Fundação Ellen MacArthur opera em todo o mundo para estabelecer e fortalecer a adoção do conceito de economia circular e tem entre seus parceiros globais empresas como Cisco, Coca-Cola, Google e Phillips.
A economia circular vai além da reciclagem. Em outras palavras, em uma economia circular, os recursos circundam e, como resultado, o desperdício deixa de existir. Ela parte dos três ‘R’ que todos reconhecemos: reduza, reutilize e recicle. Abaixo, o conceito formulado pela própria Fundação Ellen MacArthur.
“Olhando para além do atual modelo industrial – extrair, fazer e descartar –, a economia circular é restauradora e regenerativa por projeto. Com base na inovação do sistema, visa redefinir produtos e serviços para projetar o desperdício, minimizando os impactos negativos. Sustentado por uma transição para fontes de energia renováveis, o modelo circular constrói o capital econômico, natural e social.”
Clique aqui e assista ao vídeo produzido pela Fundação Ellen MacArthur sobre a Economia Circular.
O princípio básico da economia circular está no projeto dos produtos, que são pensados para ser integralmente reaproveitados.
A ArcelorMittal e a economia circular
Alan Knight, Gerente Geral, Chefe de Responsabilidade Corporativa e Desenvolvimento Sustentável da ArcelorMittal, explica o que significa a economia circular para a empresa e sua importância.
“Contribuímos para os três ‘R’ de três formas diferentes: nossos produtos, nossos processos e através de novos modelos de negócios e colaborações.
“Comecemos pelo primeiro ‘R’: a capacidade de Reciclagem de nossos produtos. O aço tem suas propriedades inerentes como material permanente, versátil e infinitamente reciclável. Além disso, tem propriedades magnéticas, que permitem separar facilmente os fluxos de resíduos. Tudo isso combina para fazer do aço o material ideal para a economia circular.
“O aço tem taxa de reciclagem de 87% contra 67% do alumínio, 20% do concreto e 13% da madeira. Em alguns países essas taxas atingem os 90%. Estamos chegando ao limite do potencial para impulsionar mais avanços, por isso também estamos analisando como podemos desenvolver produtos que fazem mais com menos. Cada nova geração de aço que produzimos, para cada aplicação que se imagina, é mais forte e mais flexível. Isso significa que precisamos cada vez menos aço para atender às necessidades das pessoas.”
Isso nos aproxima do segundo ‘R’: Reduzir.
“Quando se trata de reduzir a quantidade de matérias-primas e energia que consumimos em nossos processos, tenho o prazer de dizer que também fizemos um progresso significativo nisso.
“Segundo dados do relatório 2016 da Worldsteel Association “Aço – o material permanente na economia circular”, o uso eficiente e a recuperação de energia permitiu que as siderúrgicas reduzissem em 60% a energia necessária para produzir uma tonelada de aço, desde 1960.
“Muito progresso está sendo feito na redução do nosso uso de água também. Por exemplo, entre 2015 e 2016, nossas unidades no Brasil reduziram em 15% a água utilizada.
“Ao tornar os processos mais eficientes, também estamos reduzindo as emissões de CO2 e estamos no bom caminho para atingir, até 2020, a meta de uma redução de 8%, a partir do ano base de 2007. Este é um alvo mais ambicioso do que parece, pois nossos processos já estão perto do desempenho de benchmark, mas estamos no caminho certo para alcançá-lo.”
Mesmo com a melhor tecnologia disponível hoje, ainda não temos todas as respostas.
“Ainda precisamos de carbono nos altos fornos para produzir a reação química que transforma o minério de ferro em ferro gusa. Embora o desenvolvimento de uma inovadora tecnologia autocopiativa seja o objetivo final da indústria, ela ainda está distante.
“Como o mundo está consumindo mais aço novo do que a sucata que gera, a rota do forno de arco elétrico (EAF), que substitui o minério de ferro por sucata na produção de aço, não acompanha a demanda atual. De acordo com um relatório elaborado por terceiros, a produção eficiente de aço oriundo de sucata, para fazer aços planos, só ocorrerá após 2050. O mesmo relatório conclui que toda a produção de aço, planos e longos, feita a partir de sucata só se tornará predominante em 2070.”
Reutilizar é o nosso terceiro “R”
A reutilização, não só do material já utilizado e levado para a reciclagem, mas também do material descartado no processo produtivo. Aqui no Brasil, nossa linha de coprodutos feitos a partir da escória do aço vem aumentando regularmente.
Desde 1983, a ArcelorMittal Tubarão segue uma estratégia de investimento contínuo para transformar resíduos em coprodutos, ou seja, em novas matérias-primas que podem ser recicladas/reutilizadas.
O Ecolastro, coproduto da ArcelorMittal Tubarão, e pode ser utilizado em leitos de ferrovias e também no aterramento em obras de infraestrutura rodoviária.
Dessa forma, além de minimizar os possíveis impactos de seu processo produtivo, contribui para a redução de consumo de recursos naturais e gera valor. Hoje, a empresa é uma das referências mundiais na gestão de resíduos industriais e desenvolvimento de coprodutos do setor de produção de aço.
Clique aqui e saiba mais sobre os coprodutos gerados na nossa unidade de Tubarão, tanto para consumo próprio como para uso por terceiros.
Projetos futuros
Ainda segundo Alan Knight: “No futuro, também podemos arrendar aço para edifícios desmontáveis. Tecnicamente, projetar tais prédios para reutilização é fácil. O desafio é incentivar o mercado para arrendar aço para este fim.”
Nossa colaboração com a Fundação Ellen MacArthur terá duração inicial de três anos e as iniciativas prioritárias estão em processo de definição. Inicialmente, o trabalho irá focar na reciclagem de sucata, buscando parcerias com grandes empresas e no mercado de coprodutos, ajudando a destravar questões regulatórias que impedem a expansão de sua aplicação no Brasil.
Para entender a empresa, Luísa Santiago e Stella Chavin cumpriram agenda de três dias. Elas se reuniram com o Gerente Geral de Metálicos, Ricardo Matteucci, para verificar as iniciativas de logística reversa. Elas também estiveram na unidade da BioFlorestas de Martinho Campos, para conhecer o processo de produção do carvão vegetal e, em Tubarão, para conhecer o programa de coprodutos.